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Quantas frases eu quis dizer naquela hora, quantas palavras invadiram meu pensamento e eu engoli todas, cada uma como féu em minha boca. Só os meus olhos falaram, eles falaram tão alto que arderam, queimaram e um mar de sal invadiu minhas pálpebras. Eu quis chorar, mas não chorei.
Queria te perguntar com que direito você vem e me diz simplesmente “adeus” mas eu também não tenho o direito de querer para sempre seu amor, ahh coração, só quer ser feliz mas é enganado, eu fui enganada, não por você, nem por mim e sim por esse infinito amor entranhado em meu âmago. Talvez, eu disse, talvez nem seja por você, seja por mim, sim, porque você vai embora e minha vida vai continuar, em algum tempo eu sentirei até suportável sua ausência, entretanto, sem mim, não existe uma forma de continuar se eu me anular e deixar que o fim do amor seja o fim da capacidade de sentir.
Eu sinto, sinto tanto como se fossem mil facas cortando minha carne pura, sinto agora, sinto a dor e o gosto do sangue nas lágrimas do adeus, mas serão cicatrizes. Eu posso!
Quando você disse adeus eu realmente desejei com tanta força que fosse embora, não por não te amar mais, era somente pela audácia que você teve de ir, queria mesmo eu ter dito adeus e não pude. Tanto amor me sufocou.
Mas vá, eu não tenho direito de pedir, você não tem vontade de ficar e a consciência que te ajude a nunca querer voltar, não há volta, nunca há, nunca houve um começo e nem um adeus; eu sei que estou mentindo e na importa, porque eu preciso acreditar nisso agora, não para parar alguma dor, ou choro, mas só pra me sentir pronta para quando ele finalmente chegar. O amor é mesmo uma coisa louca.

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